Praticar esporte rende bolsa de estudo nos EUA

Talento e muito treino proporcionam a atletas brasileiros oportunidade de cursar uma graduação em universidades norte-americanas

Estudar e praticar – a sério – um esporte nem sempre são tarefas simples de conciliar. Nos Estados Unidos, no entanto, é uma rotina comum e incentivada por faculdades, que dão bolsas para atletas com boas notas frequentarem suas instituições e competirem por elas nas ligas esportivas acadêmicas daquele país.

A boa notícia é que elas podem ser distribuídas para alunos estrangeiros, e atletas amadores brasileiros estão aproveitando seus talentos e anos de treino para conseguir uma vaga em curso superior nos EUA.

Paula Martins estuda e joga vôlei na Northern State University, no estado de Dacota do Sul

Como conseguir uma bolsa como atleta em universidade americana
“O treinador queria me cobrar 8 mil dólares pelo semestre” Faculdade por conta do esporte no Brasil

A jovem de 19 anos Paula Maraschin Furtado Martins, de Niterói, no Rio de Janeiro, joga vôlei pela Northern State University, no estado de Dacota do Sul, desde julho do ano passado. Por integrar o time da instituição, recebe uma bolsa de 100% para cursar relações internacionais.

A estudante e atleta se interessou pela possibilidade de estudar no exterior e pagar pela faculdade praticando o esporte que gosta porque algumas jogadoras do mesmo clube onde Paula atuava até embarcar para os EUA, o Niterói Volei Clube, tinham feito o mesmo em anos anteriores e contavam que era uma experiência vantajosa. Os técnicos também incentivavam a prática.

“Vale muito a pena. O que eu mais gosto é o fato de estar em um lugar com uma cultura totalmente diferente, pessoas novas, aprendendo uma outra língua e, além de tudo, jogando vôlei”, conta.

Para se candidatar ao benefício é preciso praticar um esporte em nível competitivo, mas não profissional. O atleta não pode ter recebido para jogar, pela regra das universidades americanas. “Eles consideram que dar uma bolsa a um profissional é uma covardia com o atleta amador”, explica Gilberto Junior, que passou por duas faculdades jogando futebol entre 2005 e 2008.

Antes de embarcar, o carioca agora com 30 anos e funcionário da área de suprimentos de uma empresa que desenvolve projetos de engenharia para a Petrobras, era integrante das categorias de base do clube América, do Rio. “Tive sorte de não ter chegado a ser profissional por aqui. Assim, o futebol me deu a melhor coisa que fiz na minha vida”, avalia o agora ex-jogador.

Além das práticas esportivas, há exigências acadêmicas para obter bolsas de graduação nos EUA. A principal delas é ter terminado o ensino médio com boas notas. As universidades convidam alunos que sejam bons na quadra e na sala de aula. “Quanto melhor aluno e atleta o jovem for, mais chances terá de conseguir bolsas maiores em instituições melhores”.

Os técnicos esportivos de faculdades norte-americanas têm um orçamento para bolsas à disposição e podem distribuí-las da maneira que considerarem pertinente. Eles podem escolher entre dar quatro bolsas de 100%, que cobrem todos os custos universitários, de alimentação, o material escolar e esportivo, além da moradia em um dormitório estudantil, ou distribuir o benefício parcialmente para mais alunos. A maioria consegue bolsas de 40% a 80% do custo total.

Veja o depoimento do Felipe Guirau

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